Aplicação de fungos solubilizadores de fósforo nativos em tomate sob diferentes doses de fertilização mineral

Resumo

O modelo agrícola sustentável propõe reduzir o uso de fertilizantes químicos e promover alternativas que preservem a saúde do solo, que produzam alimentos nutritivos e contribuam para mitigar as mudanças climáticas. Nesse contexto, o uso de microrganismos benéficos, como os fungos solubilizadores de fosfato (PSF), é considerado uma estratégia biológica para melhorar a disponibilidade de nutrientes, diferenciando-se dos fertilizantes químicos por sua origem e mecanismo de ação. Esta pesquisa teve como objetivo avaliar o efeito individual da inoculação com Penicillium sp. ou Aspergillus sp., e sua combinação com quatro doses de rocha fosfática (100 %, 75 %, 50 % e 25 %) para melhorar plantas de tomate em condições de cultura em estufa. As cepas utilizadas (Penicillium sp. A56, Aspergillus sp. Mu42 e Penicillium sp. Mu73) foram isoladas de solos agrícolas do estado de Coahuila. Como controles negativos, foram utilizadas plantas sem inoculação e fertilização com rocha fosfática. Quatro meses após a inoculação, foram determinadas as concentrações de P nas folhas, raízes e substrato. Também foram determinadas variáveis de crescimento, como altura, comprimento da raiz, diâmetro do caule, peso fresco e seco, número de flores e cachos; a ordem média da melhor combinação de fungos e as diferentes concentrações de rocha fosfática foi 75 %>50 %>25 %=100 %. Penicillium sp. Mu73+ 75 % apresentou, em média, 3,1 vezes maiores concentrações de fósforo disponível no substrato, enquanto Aspergillus sp. Mu42+ 50 % e Aspergillus sp. Mu42+ 75 % apresentaram, em média, concentrações de fósforo nas folhas e raízes 6,2 e 8,1 vezes maiores, respectivamente, do que o controle absoluto e os tratamentos com diferentes doses de rocha fosfórica. Além de aumentar a concentração de fósforo, os fungos melhoraram algumas das variáveis de crescimento das plantas de tomate. A altura, diâmetro do caule, peso fresco e seco, número de flores e número de cachos aumentaram em média 27 %, 15 %, 62 %, 43 %, 5 % e 20 %, respectivamente, em comparação com aqueles do tratamento controle e as plantas tratadas com diferentes doses de rocha fosfática. A inoculação desses fungos que solubilizam o fosfato de fontes orgânicas e atuam como promotores do crescimento de plantas deve ser considerada uma opção viável para reduzir os custos de produção associados à fertilização química e aumentar o estado nutricional das culturas para garantir alimentos para as gerações futuras.